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Palestra magna encerra trabalhos da II Conferência Nacional da Mulher Advogada

Belo Horizonte (MG) ? Foi oficialmente encerrada, nesta terça-feira (29), a II Conferência Nacional da Mulher Advogada. O evento movimentou a capital mineira por dois dias e reuniu 2,5 mil advogadas de todas as seccionais do país.A cerimônia de encerramento ficou a cargo de Maria Alice Schuch, empresária, pesquisadora e autora de diversos livros, que proferiu a palestra magna. ?A história não foi amiga das mulheres. O mais usual é observá-las por ações de grandes homens, no papel de coadjuvantes e musas. Eu sempre me questionava se temos problemas de natureza, se somos incapazes, enfim, o porquê de não escrevermos nossas histórias?, começou.Maria Alice lembrou que Pierre Bourdieu, filosofo francês, pontuava que a inferioridade feminina não é real. ?Entretanto, eu prefiro levar em consideração o fato de que para nós tudo é extremamente recente. O direito ao voto, ao sufrágio, às participações em geral, nós conseguimos há não muitos anos. Acredito que se deva falar então em inferioridade forçada, pois ela nos é imposta há séculos?, completou.A palestrante fez ainda um apelo às mulheres presentes à conferência: o de que reforcem sempre, para todas as mulheres e meninas que conhecessem, a importância de buscar três pilares na vida: autonomia legal, autonomia econômica e autonomia profissional. ?Hoje, quando quero algo, eu vou buscar por ter liberdade para isso. Essa liberdade é que mantém íntegra a inteligência subjetiva da mulher, que age diretamente para que ela nunca seja subserviente. Num primeiro momento da história, nós mulheres calamos; num segundo falamos; e hoje estamos na era de agir?, concluiu.Palavras finaisO presidente da OAB de Minas Gerais, Antônio Fabrício Gonçalves agradeceu a presença de todos parafraseando um grande sucesso do grupo mineiro Clube da Esquina: ?Vi que vocês sonharam, ousaram e fizeram a maior conferência de mulheres advogadas. Quero ressaltar o brilho de cada uma de vocês. Agradeço, em nome da OAB-MG, o apoio irrestrito à Conferência?.Para a presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Eduarda Mourão, toda a II Conferência Nacional da Mulher Advogada foi uma grande emoção. ?Tenho certeza que cumprimos nosso dever e continuamos a escrever uma nova história. Lembrem-se sempre: a liberdade é a base da coragem e do conhecimento. Temos que nos manter unidas para alcançar a real valorização da advocacia feminina?, saudou.Presidente em exercício da OAB-MG durante a Conferência, Helena Delamonica expressou honra e alegria pelo evento. ?Cada uma das participantes teve oportunidade de ouvir informações importantes. Na qualidade de difusora de conhecimentos, levaremos estes conhecimentos e, assim, fazer uma transformação?, explicou.Também foram revelados os nomes das advogadas vencedoras do concurso de artigos científicos promovido pela Comissão. Os artigos foram reunidos em um livro especial, ?Direitos das Mulheres: Cidadania e Igualdade de Gênero?, disponível para download. A obra apresenta temas para consolidar ideias e conceitos para a mulher advogada.Também compôs a mesa o vice-presidente nacional da OAB, Luis Claudio Chaves; o diretor-tesoureiro nacional, Antonio Oneildo; a secretária da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Florany Mota; a conselheira federal (RS) decana, Cléa Carpi; o presidente da OAB-RR, Rodolpho Morais; e a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-RS, Beatriz Peruffo.Fonte: Assessoria da OAB Nacional